24 novembro, 2005

Do outro lado do rio…

Sempre que atravesso a ponte guardo comigo a imagem do outro lado do rio. Guardo comigo a lembrança do espaço onde eu resido, que por vezes é difícil descrever. É assim que me recordam as pessoas com quem convivo, para muitas delas sou a rapariga do outro lado do rio. E a pergunta que não quer calar surge em cada conversa sobre a questão da distância “Tu moras aonde?” e eu respondo com clareza, sou da Margem Sul do Tejo. E este nome remete-os para tão longe, a ideia da outra margem que fica a quilómetros de distância e porque muitos nunca cá vieram não sabem como é perto este lugar distante. Mas para mim é tão mais perto de tudo, mais perto do centro, porque temos uma ponte que nos une e na qual mais de 5 km se transformam em apenas 25 minutos.
Faço esta viagem todos os dias e nunca deixo de guardar comigo as imagens e admirar a paisagem quando atravesso o rio, no qual posso assistir por vezes a mudança do clima, da chuva ao sol e até mesmo a formação do arco-íris. Entre estas duas margens mora o mistério e o segredo daqueles que todos os dias atravessam, entre estes dois mundos estão aqueles que desfrutam da calma e sossego de uma viagem curta e por vezes descansada.

1 comentário:

Mikas disse...

Pois é... a margem suk do Tejo também tem os seus encantos... deixa lá amalta de Lisboa pensar o que quiser... mas desse lado do rio existe muito amor para dar. beijinhos