01 maio, 2007

Neste 1º de Maio...

Cheguei a triste conclusão de que Portugal não deve e nem pode ser comparado com o resto do mundo, porque aqui tudo o que acontece é sempre em grandes proporções, ou é 8 ou 80, por exemplo a maneira como são vistos os problemas do país é através da máxima de que a culpa é sempre dos outros, pois Jean-Paul Sartre uma vez disse “O inferno são os outros”. Por isso a fome não é para todos e a pobreza é sempre um problema dos outros, todos os desempregados são uns malandros que não querem trabalhar, os restantes empregos são precários menos o meu e somos bombardeados com anúncios falsos, publicidade enganosa, “promessas” trabalho duvidosas, elevada carga horária para baixos salários, enfim um infindável número de situações e de detalhes que rodeiam a situação social, económica e laboral do país.
Hoje dia do trabalhador, também eu me considero destacada, sou trabalhador-estudante e faço parte da estatística do nº de pessoas que estão em condições de trabalho precário quando sabemos que não é isso que pretendemos ou fizemos algo por isso.
Não existem condições no mercado de trabalho para integrar os jovens com ou sem habilitações, o que se traduz numa elevada taxa de desemprego juvenil em relação a média nacional e um aumento dos desempregados de longa duração (DDL’s) devido a busca incessante pela primeira oportunidade de emprego. Em tudo isto o perfil dos jovens mais vulneráveis ao desemprego é traçado a partir do sexo, da faixa etária e das habilitações literárias, ou seja, encontram-se mais vulneráveis ao desemprego as mulheres dos 15 aos 19 anos e dos 20 aos 24 anos, os indivíduos com baixas habilitações e os indivíduos licenciados.
É claro que dos vários factores que contribuem para o aumento do desemprego juvenil os que tem maior influência para mim, serão com certeza a relação entre a escola e o mercado de trabalho que se pauta pelo desequilíbrio entre a oferta e procura no mercado de trabalho, pela baixa qualificação do tecido empresarial, a existência de uma baixa população juvenil com qualificação formal. E por outro lado as relações laborais que é caracterizada pelas formas de contratação (recibos verdes, contrato a termo, trabalho temporário) muitas vezes precárias, a sobrequalificação (desadequação entre as qualificações sendo que muitas vezes inúmeros licenciados se deparam com esta situação onde lhes é dito que possuem habilitações a mais) e uma fraca aposta na formação e na contratação.
Resumindo e concluído, estou 100% solidária com as manifestações que tem surgido neste dia e nos próximas, porque tal como ouvi hoje “É PRECISO QUE ISTO MUDE, EMPREGO PARA A JUVENTUDE!” ao qual precisamos de mais acção nas políticas de emprego e de educação.

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