27 dezembro, 2005

A pequena florzinha




“E a florzinha estava só, suas pétalas tão lindas iam perdendo todo o seu brilho... Era como o mar, antes não tinha tristeza, por que sabia sonhar. Ela sempre se perguntava, por que estava assim? Não sabia bem ao certo se aquele era o fim... Pobre da florzinha, não sabia mais sorrir, nesses ultimos meses que passavam, só deixava a tristeza vir! Não queria mais nada, nada mais importava, aquele vazio que sentia por dentro, nem mais a incomodava. Não sentia raiva, muito menos rancor, só tinha muito medo, pavor não queria terminar assim... Pobre da florzinha, que era tão feliz, aquele sol que a queimava tanto, a fazia chorar de dor, pois não sentia calor, apenas frio por dentro. Pobre da florzinha, estava perdendo o amor, não queria ver isso acontecer, mas o que podia fazer? A vida era assim... E essa florzinha pequenina ainda, não pensava mais em nada, não pensava no passado, no futuro, no presente, nem ao menos queria estar contente. Essas lágrimas que caiam de seus olhos, são apenas mágoas que um dia passam, são pequenas lágrimas de cristal que caem em sua pele de flor morena, menina ainda, mas que pode sim, ser imortal. Seu sorriso disfarçado, seus olhinhos de tristeza, fazem-a esquecer a sua bela natureza, e o que mais amava em sua vida. Aquela canção que sabia cantar, que alegrava qualquer lugar, que tornava cristalino qualquer mar e que todos os seres vivos fazia amar, foi se acabando, deixando o vento levar... E se alguém quer consolar esta florzinha, digo por mim mesma, a florzinha não quer consolo, não quer discutir, nem ao menos rir, não quer brigar, não quer amar, não quer a razão, não quer morrer, não quer lutar. Apenas quer fechar os olhos e poder sentir...”

Carolina Furtado

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