12 agosto, 2006

No escurinho do Cinema: "Ask The Dust"

Um filme sagaz, romântico e dramático que juntou um pouco de ironia e comédia. “Ask the Dust” é um filme difícil de se ler para quem não está habituado a diálogos carregados de ironia e uma boa dose de loucura, por assim dizer mas é ao mesmo delicioso. Neste filme, enquanto todos se preocupavam em discriminar-se um aos outros, as suas vidas não eram melhores ou mais felizes do que aqueles a quem chamavam de “mestiços” ou “oleosos”. Na história, Salma Hayek por ser “diferente” numa terra que outrora fora sua, tentava fazer de tudo para ser igual as outras jovens americanas mas faltava-lhe o nome e por isso Camilla Lopez fez de tudo para mudar de vida e tornar-se numa cidadã daquele país onde todos tem direito de perseguir e procurar a felicidade.
Colin Farrell, era o escritor sem rumo e a quem faltava inspiração, sem grande jeito para as miúdas, o seu grande desejo era escrever uma grande história de amor mas de forma a sobreviver escrevia pequenos contos para um jornal da sua terra natal. Depois de chegar a LA achava que tudo iria mudar mas se no princípio tudo lhe corria bem com o passar do tempo, sem dinheiro e com apenas um níquel para gastar a vida de Arturo Bandini cruzou-se com a de Camilla Lopez. Ela empregada de um Café-Bar, ele um escritor pobre, começaram por se odiar e sempre que entrava no café ele fazia cara de mau e ela dengosa passeava-se em jeito de provocação, por isso cada elogio que ele lhe tecia, a ela soavam-lhe a insultos.
Mas quando os seus corações finalmente se abriram e revelaram os sentimentos bem guardados, o amor provou ser inabalável mesmo depois da morte. Mesmo antes de morrer, ele confessou ter-lhe amado sempre desde do primeiro instante em que lhe virá e apesar de nunca ter-lhe dito ela era tão bonita que ele não se achava merecedor do seu amor. Entre juras e trocas de palavras de amor, ele deu-lhe carinho, amizade, conforto e paz e ela retribuiu com um “Eu também te amo”, foram essas as suas últimas palavras. Ele sorriu por breves instantes até que se deu conta que ela já não respirava, que a sua pele morena ia perdendo o tom, que tal como o vento levantava a poeira, a sua alma abandonará o corpo.
E tudo o que restava agora das suas histórias era o pó, numa terra onde as estações pareciam não passar, sempre com o tempo seco e com muito sol, pois assim era Los Angeles daquele tempo.
Gostei das interpretações de Salma Hayek, Donald Sutherland e de Colin Farrell.

P.S: Esta é só a minha opinião e visão do filme.